A necessidade de experimentar a capacidade dos alunos por tentativas sucessivas explica o não se poder ainda aceitar como definitivo o modo como se tem ensinado os trabalhos de oficina, sobretudo no que respeita a serralharia.

Na carpintaria foi mais fácil achar uma fórmula, talvez definitiva, que se aplica há seis anos com resultado bastante satisfatório. Na respectiva oficina estão instaladas várias máquinas de moldar, etc. Aos alunos não é permitido trabalhar com elas por serem perigosas para os inexperientes; tomam conhecimento do seu êmprego, vendo trabalhar operários peritos. Todo o aluno do primeiro ano do curso geral é, porém, obrigado a construir, com ferramentas manuais, uma prancheta de desenho e o respectivo suporte, por meio do qual se lhe pode alterar a posição em altura e inclinação. Estas pranchetas são as que se usam no Instituto para o ensino do desenho, quási todas fabricadas pelos alunos. Cada prancheta é feita de várias tábuas de casquinha, encastradas nos topos, em tiras de faia; pela parte inferior, encontram-se embebidas duas réguas de faia para evitar o empeno.

O suporte ou cavalete é formado por tiras de pitch-pine, articuladas pelas competentes ferragens.

Quando os alunos que as construíram não queiram adquiri-las por um preço levemente superior ao do custo, servem estas pranchetas para substituir as que anualmente se estragam nas salas de desenho. As restantes, em muito maior número, têm sido vendidas a escritórios técnicos ou a outras escolas de Lisboa. A construção da prancheta parece satisfazer cabalmente às necessidades do ensino.

O objecto é bastante complicado para exigir do aluno um esforço sério, e não é tam difícil de construir que a tarefa o desanime e desmoralize. Tem ainda uma qualidade importante: a da sua utilidade, que é um elemento indispensável, quando se trata da aprendizagem de rapazes cultos. A experiência tem mostrado que, quando a pretexto de ensinar aos alunos, umas após outras, as diferentes manipulações, estes são levados a produzir objectos que para nada servem, (…)