Na primitiva organização dos cursos do Instituto, destinava-se apenas um ano a êsse ensino. Em vista dos deficientes resultados obtidos no primeiro ano de existência da escola, logo no segundo foi o desenho desdobrado em dois cursos anuais e assim se tem conservado até ao ano lectivo findo. No primeiro, os alunos exercitam-se nos processos usuais, ampliando de detalhando estampas de construção civil a lápis e a tira-linhas, adquirindo ao mesmo tempo algumas noções práticas do êmprego da pedra, da madeira, e do ferro na construção civil. O curso do segundo ano destina-se ao desenho de máquinas, com exercícios de esbôço á mão livre, como preliminar de todo o desenho rigoroso, cópia de estampa, desenho de modêlo1, exercícios para facilitar a leitura do desenho, desenho de memória, mural, etc.
Para consolidar as aptidões adquiridas pelos alunos, os professores das cadeiras especiais vão aumentando as suas exigências no que respeita ao rigor e asseio dos trabalhos gráficos de aplicação, tendo o Sr. Vicente Ferreira composto o excelente livro já citado, editado pelo Instituto, para servir de guia aos trabalhos gráficos de engenharia civil.

Fez-se porém sentir muito cedo a falta de desenho arquitectónico para os alunos de engenharia civil, pelo menos; para estes, foi necessário organizar um curso de desenho arquitectónico e uma cadeira de arquitectura e de noções de história de arte.

1. Os modelos de órgãos de máquinas empregados no ensino do desenho são fabricados na oficina de carpintaria do Instituto, sob a hábil direcção do mestre Francisco Barbudo, e construídos segundo desenhos executados pelos alunos.